domingo, 6 de outubro de 2013

Eco-Friendly?!

 
As preocupações ambientais parecem aos poucos ir entrando na ordem do dia, apesar de em muitos casos tudo não passar de uma fina máscara de falsidade para fins mediáticos e promocionais (ou meramente economicistas) de grandes corporações ou simplesmente porque parece bem, porque está na moda, no caso de algumas pessoas.


Os produtos “amigos do ambiente” representam uma quota cada vez mais importante do mercado mas será que, em vários casos, merecerão verdadeiramente este rótulo?


Falemos então dos pseudo-amigos do Ambiente.


Um caso bem ilustrativo é o que se passa com as árvores de Natal. Os pinheiros naturais são cada vez mais rara presença nos lares portugueses na época natalícia. Os pinheiros artificiais “made in china” que nos apresentaram como sendo uma solução eco-friendly representam na verdade riscos bem maiores para o Meio Ambiente do que aqueles que se “propõem” salvaguardar.


Desde logo os recursos energéticos que são empregues na sua produção em massa. O maior risco contudo relaciona-se directamente com a composição, o altamente poluente PVC que compõe o plástico de que são feitos. Para além dos detritos que se acumulam quando decidimos trocar de árvore por um modelo mais novo ou harmonioso, a produção do PVC liberta perigosas emissões cancerígenas. 


Associações Ambientais como a Quercus têm alertado para este “falso amigo” da Natureza, referindo que é preferível ter um pinheiro natural, desde que o seu abate seja devidamente enquadrado em políticas de limpeza e controlo das matas e florestas e que haja efectivas preocupações com a reflorestação. 



Há muitos outros produtos que podemos questionar e já nem falo daqueles cuja eco-consciência apenas pode ser comprovada com a devida inspecção e legislação. 


Falemos, por exemplo, dos secadores de mãos nas casas de banho ao invés da tradicional folha de papel. É que estes não funcionam exactamente por si, é necessário gastar electricidade sempre que são activados. Será que os produtos fosseis queimados na produção de energia eléctrica não serão mais nocivos para o Ambiente do que o próprio abate de árvores? E não nos esqueçamos da possibilidade de reutilizar outras fontes de papel.


Outro caso, este bastante mediático, é o relacionado com os sacos de plásticos que os supermercados elegeram como “alvo a abater”, passando a cobrar a sua utilização e vendendo-nos sacos duradouros para as compras produzidos com outros materiais, em particular, adivinhe-se, plástico…! Porque não de pano, por exemplo.

Os sacos de supermercado sempre foram reaproveitados para outros fins, nomeadamente para depositar o lixo orgânico nos nossos lares no dia-a-dia. Se deixamos de dispor destes teremos que recorrer em exclusivo para os sacos de lixo vendidos com esse intuito. Que eu me recorde são igualmente feito de plástico ou será equívoco meu? Onde está aqui o ganho (para além do dos próprios supermercados)? 


Como estes há muito outros casos. Por isso vos digo, larguemos a hipocrisia e na hora de comprar “verde” atentem nos rótulos e ponderem os reais prós e contras de cada escolha que fazemos.


Deixo-vos alguns conselhos simples mas que fazem a diferença. Apostem na reciclagem a na reutilização. Racionalizem o uso de água nas tarefas diárias e em gestos tão pequenos como lavar os dentes ou fazer a barba. Não deixem as luzes de casa ligadas ao acaso. Aproveitem o bom tempo e troquem o carro por um passeio a pé ou de bicicleta com família e amigos.


2 comentários:

  1. Eu trabalho mais pelo ramo da cosmetica, maquilhagem etc, e nunca vi tanto creme nem tanta maquilhagem vegan , organica, mineral, o que significa que a procura do natural deve estar a aumentar.
    Mas relativamente a irmos mais longe que isto, que quanto a mim não passam de modas, acho que o ser humano se tornou demasiado egoentrico para pensar sequer no seu proximo, no futuro dos seus filhos, quanto mais em tudo o que engloba estas questoes...
    for humans green is just a color...not a cause

    http://essenciaismakeupeoutrospormartav.blogspot.pt/

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    1. Olá Marta, esperemos que as boas práticas (as verdadeiras) se mantenham e sejam mais do que uma mera moda. Não obstante, o comentário é sem dúvida pertinente e em linha com o artigo anterior que escrevi
      http://acabanadoparaiso.blogspot.pt/2013/10/somos-todos-hipocritas.html
      O egoismo, a passividade, o conformismo são inimigos do bem maior.

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