quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sexo...Seguro?


Sabia que ferir-se durante o sexo pode ser um acidente de trabalho?



É verdade, isto pelo menos se viver na Austrália. Enquanto por cá se retiram direitos e regalias aos trabalhadores os aussie mostram-nos como é e até lhes conferem novos direitos.

Tudo remonta a Novembro de 2007 quando uma funcionária pública se deslocou numa viagem de trabalho e acabou envolvida com um homem num quarto de motel que havia sido reservado pelo seu empregador…é o que dá marcar hotéis baratos!

Ora a rapariga que não devia ser muito afoita, kamasutra por certo não é com ela, acabou por ferir-se quando uma lâmpada caiu do tecto e a feriu na cara e no nariz. Como se isto não bastasse sofreu profundas “sequelas emocionais” passando, imagine-se, a sofrer de problemas de depressão e ansiedade!

Depois de uma batalha legal de 5 anos, o colectivo de juízes do Tribunal Federal da Austrália veio agora confirmar a decisão de um tribunal inferior que havia considerado o “incidente” como tratando-se de um acidente de trabalho. Para o tribunal a questão não era se a funcionária tinha passado a noite a manter relações sexuais ou a jogar às cartas, porque em qualquer dos casos "estava em trabalho".

Ora estou mesmo a ver o que isto pode dar:

Mulher para Marido (ou vice-versa): “Eu não acredito que me trocaste por aquela vadia, como foste capaz?”; Resposta “Ó querida não te preocupes que tenho um bom seguro, ainda por cima estás sempre a dizer-me que ando com um ar cansado. Sempre são uns dias que posso ficar em casa.”

As empresas e as seguradoras é que não devem achar piada nenhuma à brincadeira. Tenho para mim que cintos de castidade, votos de celibato e outras medidas inibitórias como creches no local de trabalho (e filhos em viagens) vão passar a ser prática standard.

Passando do 8 ao 80, o que dizer da decisão tomada pelo Supremo Tribunal do Iowa, EUA, que considerou que o despedimento de Melissa Nelson, uma ex-assistente num consultório dentário, por alegadamente ser demasiado “irresistível” e “uma ameaça ao casamento do patrão” não é ilegal?
 
 
Melissa Nelson, de 32 anos, foi contratada em 1999 por James Knight.

Ora parece que o dito Mr. Knight ficava muito nervoso na presença da assistente, tendo vindo a alegar em tribunal que pediu várias vezes à funcionária para se vestir de forma diferente, com roupas menos justas e reveladoras.

A mulher de Knight terá descoberto em 2009 que o marido e Melissa trocavam mensagens (que ao que parece de sexual pouco tinham) e terá então exigido o despedimento da funcionária, o que aconteceu efetivamente em 2010.
A nossa amiga Melissa, que diga-se de “irresistível” não terá assim tanto, veio com razão mostrar o seu desagrado com a decisão do Tribunal que não considerou que se estava na presença de um caso de discriminação sexual.
Ora isto mostra duas coisas:

Que os tribunais australianos são muito mais avançados (e danados para a brincadeira) do que os americanos e que a nossa amiga Melissa vai por certo apanhar o primeiro voo para Sidney assim que acabar de ler o artigo da Cabana do Paraíso ;)

P.s. Já me ia esquecendo a nossa amiga australiana continua com uma depressão e ainda não voltou ao trabalho. O seu nome é que não foi divulgado, por motivos de privacidade.

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